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Sexualidade


Capítulo VI

A Sexualidade


“Considerado pelo direito civil como propriedade alienável num contrato (de casamento, de trabalho); pela economia, como força de trabalho, força produtiva ou instrumento; pela medicina, como conjunto de funções e disfunções; pela escola e instituições “reformatórias” como disciplináveis; pelo consumo, como espetáculo, o corpo é o lado menor, a parte inferior, curiosamente útil (pelo trabalho), carente (pelo desejo) e perigosa.”
Marilena Chauí in: Repressão Sexual

            Primeiramente, delimitemos o que vem a ser sexualidade. Nos dicionários essa palavra pode assumir as seguintes definições: 1.Qualidade de sexual. 2. Sensualidade. 3. A vida sexual de alguém.
            Tendemos a ligar sexualidade a última definição, e, de fato, é a mais próxima do que realmente ela vem a ser.
A sexualidade, de uma forma geral, abrange as necessidades físicas, biológicas; o prazer físico e psíquico e o desejo (imaginação, simbolização). A sexualidade genital refere-se à cópula com o objetivo de alcançar o prazer orgástico, mas a sexualidade em si é bem mais ampla, pois inclui preliminares do ato sexual, perversões, fantasias e até mesmo experiências sensuais infantis.
Para os budistas o sexo não só assegura a sobrevivência das espécies, mas é a força dominante na vida humana. Sua principal e única função não é a procriação. Se assim o fosse, teríamos que atender a um período de cio, como os animais; não possuiríamos tantas zonas erógenas e ficaríamos inativos após certa idade (como após a menopausa, por exemplo).
Trataremos aqui, portanto, da sexualidade em sua dimensão maior, discutindo seus aspectos mais fundamentais e a relação homem-mulher, dando enfoque aos pensamentos antagônicos de ambos.
Peço desculpas aos homossexuais por não tratar das relações homossexuais, mas se o fizesse, ultrapassaria o objetivo do que me dispus a fazer. O homossexualismo é um tema muito extenso e complicado por sofrer com atitudes estereotipadas e valores maniqueístas que foram levantados em torno do comportamento sexual humano. Os homossexuais são, infelizmente, mais conhecidos através do preconceito, do mito e das falsas generalizações do que através das evidências científicas objetivas. O homossexualismo merecia, portanto, um espaço muito maior que o que este capítulo poderia oferecer.
            Desejo aclarar também, que este capítulo não possui o intuito de incentivar as práticas sexuais de forma promíscua ou irresponsável, tampouco de “desvalorizar” a mulher (perante a sociedade machista) incentivando-a a ter tantos parceiros sexuais quantos desejar, mas discutir os papéis sexuais e as relações homem-mulher de uma forma geral.
Com o surgimento da AIDS e outras doenças sexualmente transmissíveis, houve uma conscientização para o sexo seguro e, com acesso à informação, conseguimos mantê-la longe de nossas casas, apesar do número de mulheres infectadas ter aumentado nos últimos anos. Por ser uma doença que envolve dois tabus: sexo e morte, a AIDS tem marginalizado muitas pessoas não só pela sociedade como pela própria família. Infelizmente o espaço deste capítulo também é curto para falar sobre o sexo seguro e sobre as DST´s, mas devo ressaltar que o tema do livro é muito vasto para se aprofundar sobre tantos temas.

Trecho retirado do livro "Considerações Sobre a Humanidade", de minha autoria (no prelo)

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