Sobre o filme "O homem que desafiou o diabo"

O homem que desafiou o diabo é um filme nacional que se passa no sertão. À primeira vista, algum desavisado pode pensar que o filme se dispõe a retratar a vida dos nordestinos pobres que vivem no sertão e tem a seca e a miséria como adversários constantes. No entanto, o que o filme mais quis abordar (e aborda) é a questão sexual beirando o pornô, com direito aos palavrões de baixo calão já conhecidos de filmes nacionais como esse.

Trata-se de uma comédia pouco inteligente, onde o "faz rir" está por conta do palavriado baixo e de atitudes ridículas como, por exemplo, o herói (interpretado por Marcos Palmeira) pôr o diabo para correr enfiando o dedo no "fiofó" do dito cujo.
O herói torna-se herói da forma mais idiota possível. Depois que a cidade toda ri do fato dele ter sido visto depilando as partes da esposa, ele se revolta, troca de nome e vai embora.
As poucas cenas de luta que o herói trava são mal feitas e ridículas, mas deixamos passar porque trata-se de uma comédia. Uma das cenas mais ridículas, sem graça e sem nexo é a cena em que a namoradinha do herói retira um prego de uma madeira com a vagina. Isso mesmo, com a vagina!
Quando vi a capa do filme fiquei com vontade de assistir pois imaginei alco como "O auto da compadecida", mas nem de longe esse filme se assemelha a ele. O auto da compadecida teve bom gosto e inteligência, esse só tem baixaria.
Enfim, no meio de filmes como "Vidas secas", "O auto da compadecida" e "São Bernardo", o filme "O homem que desafiou o diabo" só tem em comum com eles uma coisa: o cenário.