O livro "1984", de Goerge Orwell, retrata uma realidade onde as pessoas são dominadas por um governo ditatorial que consegue instalar um sistema rígido e perverso de controle dos seus cidadãos, onde a verdade é usurpada e uma nova realidade é posta para controlar a todos e manter no poder aqueles que a instalaram.
O livro foi publicado em 1949, mas nunca esteve tão atual. De fato, podemos fazer vários paralelos entre a narrativa do livro e a nossa sociedade, tanto em escala global como nacional.
No livro, havia um programa chamado "Big Brother", um sistema de vigilância que usava câmeras e pessoas para vigiar os cidadãos e evitar que os mesmos quebrassem as regras impostas ou discordassem do governo. Aqui, e agora, o tal "Big Brother" equivaleria às redes sociais, utilizadas pelas chamadas "milícias virtuais", por empresas que têm interesses puramente financeiros, como a Cambridge Analytica e pelos grupos extremistas que, mesmo que não estejam expressamente autorizados, sentem-se no direito de "linchar" virtualmente (às vezes pessoalmente) aqueles que discordam do atual governo.
A realidade falsa do livro equivale, aqui, às fake news, que se tornam verdades incontestáveis para muitos apoiadores.
A resistência somos nós, aqueles que pensam de forma crítica e não aceitam argumentos sem questionamentos. Somos aqueles que não acreditam em terra plana ou em conspirações comunistas para dominar o mundo. Somos aqueles que não querem o obscurantismo proporcionado pela ignorância e que sabem exercer a religiosidade, ou ausência dela, separada das questões políticas.
Em pleno século XXI, 2019, retrocedemos para discutir e explicar questões já há muito superadas, como: o formato da terra, a ida do homem à lua, direitos humanos fundamentais, enquanto que as nações desenvolvidas discutem células tronco, era digital e desenvolvimento econômico sustentável. Estamos na contramão da modernidade e do bom senso. Nesse passo, iremos retroceder muito quando poderíamos estar avançando em todos os sentidos.
As redes sociais e a internet de um modo geral pareciam ferramentas de difusão de cultura e conhecimento, mas têm se mostrado instrumentos de disseminação de ódio e ignorância. Por isso, sinto-me obrigada a fazer a minha parte, escrevendo em defesa da verdade e da democracia, pois o mal só triunfa quando o bem se cala. Que continuemos resistindo, pois assim como outros governos autoritários já passaram, este também passará.
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