Ontem fui assistir "a nova febre do momento", segundo a mídia, Jogos Vorazes (The Hunter Game).
Já de início, devo declarar que gostei do filme e que o recomendo, como a maioria dos filmes sobre os quais me dou ao trabalho de criticar. No entanto, há ressalvar a fazer, como sempre.
O filme, apesar de longo, não nos faz perder o interesse nem por um minuto. Tem suspense, ação e drama na medida certa, mas o que me incomodou foi a mistura de violência e juventude. O filme é voltado para o público jovem e, por isso, deveríamos esperar algo mais leve, sutil em termos de ação, mas não é o que vemos.
É verdade que a saga de Harry Potter começou com filmes fantasiosos e infantis e terminou em longas violentos para adultos, mas pelo menos não víamos o sangue jorrar.
Acho que o cinema deve ter cautela quando começa a fazer filmes para crianças e adolescentes onde o tema central é a violência gratuita.
O filme é a celebração da futilidade humana, num futuro em que os valores são invertidos e a violência é usada para "celebrar" o fim de uma era de violência. O supra-sumo da superficialidade de uma sociedade decadente em valores e financeiramente abastada se reúne num evento chamado "Jogos Vorazes" que mistura violência, moda e reality show para entreter a platéia vazia, cruel e superficial, enquanto que os parentes e amigos sofrem com a possibilidade da perda iminente do ente querido que está participando compulsoriamente do jogo.
Com elementos futuristas de ficção científica e ambientado num futuro não tão distante, a trama nos faz pensar sobre a possibilidade de a raça humana evoluir tanto tecnologicamente e usar essa tecnologia da pior forma possível. Um total e completo desperdício de tecnologia, inteligência, tempo e riqueza, é o que acontece numa sociedade em que os valores são invertidos e crianças são obrigadas a duelar até a morte para entreter quem está no poder.
Para quem gosta de uma boa reflexão sobre juventude e violência vista de uma nova forma, o filme está recomendado.
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