Tropa de Elite 2

São pouquíssimos os filmes que assisto e que me dou ao trabalho de escrever alguma linha a respeito. Ou não vale à pena o esforço ou não tive tempo e acabei esquecendo. Por isso, o filme Tropa de Elite 2 é, de fato, um privilegiado, já que me arremessou ao teclado para fazer uma pequenina resenha.

A primeira coisa que pensei qundo vi o anúncio da continuação foi: "Ótimo! Mais um filme bom que será estragado pela continuação". Mas depois que vi o treiller, comecei a considerar melhor minha idéia pré-concebida.

Algumas coisas não mudaram na "forma" de fazer o filme. Continua tendo o protagonista como narrador, continua violento e continua seguindo a linha do anti-herói com seus conflitos pessoais. O Capitão Nascimento não é bom moço nem politicamente correto, mas também não é corrupto. Procura sempre a justiça, ainda que esta venha por caminhos tortuosos e incorretos, mas é fiel às suas crenças, amigos e ideais.

O que mais marca nessa continuação de um dos filmes mais polêmicos do nosso país, é a denúncia da corrupção que vai até as esferas mais altas do poder estatal e que contamina um órgão vital para a segurança da sociedade: a polícia. Polícia e política se misturam de uma forma torpe, assombrosamente cruel. A busca pelo dinheiro e pelo poder em ambos os lados, faz aflorar o lado mais sombrio e feio do ser humano. Além de mostrar como funciona um sistema corrupto e cruel, existe na trama os problemas pessoais do Capitão Nascimento e sua relação com um dos seus pupilos, o Matias, e a questão dos Direitos Humanos, defendidos por ativistas como o personagem Fraga.

O diretor José Padilha está, realmente, de parabéns, pois dirigiu com maestria o filme, não desmerecendo o talento de atores como Wagner Moura, André Ramiro, Irandhir Santos, Milhem Cortaz, André Mattos entre outros. Se para o Capitão Nascimento "missão dada é missão cumprida", Padilha seguiu à risca a recomendação do personagem e cumpriu a missão de fazer de Tropa de Elite 2 mais uma empreitada bem suscedida. E tudo indica que a história não pára por aí. Quem sabe é hora de desenvolver as trilogias no cinema nacional?