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A Ditadura já acabou

No início era Portugal. Éramos explorados por um rei que nem era nosso. E então, dando um basta, Dom Pedro I escreveu: “Brava Gente Brasileira! Longe vá temor servil”.
Gritou por Independência e pronto! Depois disso veio a tal Ditadura Militar com o slogan: "Brasil, ame-o ou deixe-o".
Ditar. Mandar. Ordenar. Submeter. E submeteu-se o brasileiro durante mais de uma década ao regime militar. Foi ameaçado, torturado, calado, preso, demitido, extraditado... morto. Não havia liberdade de expressão, não havia liberdade de pensamento, não havia liberdade alguma. Mas, hoje, após aproximadamente 23 anos, é diferente. É diferente?
Nossos governantes, os que criam as leis, os que tomam as decisões, são os mesmos que têm imunidade, altos salários e mordomias. São eles que tomam as decisões por nós. São eles que dizem como as coisas são e como deverão ser. E se nós não estivermos satisfeitos com o rumo que eles deram às coisas o que podemos fazer? Exatamente aquilo que fazemos: NADA.
A cada dia o governo bate recordes de arrecadação de impostos. Mas não sentimos e não vemos esse dinheiro ser revertido em benefícios para a nossa vida. Reclamamos, sofremos, choramos, nos revoltamos, mas nada fazemos. A sensação de impotência nos toma por completo. E cai por terra a célebre frase: “Brava Gente Brasileira! Longe vá temor servil”, que o diga aqueles que têm seus empreguinhos porque entraram “pela janela” através do nepotismo ou do camaradismo. Então o que mudou? Seria essa uma nova forma de ditadura? A ditadura dos poderosos? O que mudou?
Mudou a forma de nos castigar. Não somos mais presos ou exilados, mas nos falta o essencial: a dignidade. Essa nos afanaram. Tiraram-nos o direita à uma vida digna. Sem contar com atendimento médico que atenda a TODOS e com qualidade, ao menos com a dignidade que merecemos. Sem contar com um salário digno ou mesmo com um emprego decente. Obrigando muitos a roubar para comer ou a matar pela ignorância e pela revolta de toda uma vida miserável.
Provavelmente a mais beneficiada foi a imprensa, que pôde dar continuidade ao seu trabalho sem problemas e, com o passar do tempo, pôde se beneficiar das manchetes alarmantes, ganhando dinheiro com as desgraças alheias. Claro, é solo fértil para isso um país cheio de desigualdades sociais e corruptos no poder. E desgraça vende. Gostamos de nos surpreender com a capacidade de superação do ser humano, tanto para o bem quanto para o mal. Gostamos também de ver que existem piores que nós. Mas do que mais gostamos é de ver quem está melhor. Lá em cima, no topo, nos humilhando ou fingindo que não existimos. Adoramos as novelas e seus personagens glamorosos e ricos. E ficamos contentes com os finais felizes: os vilões sempre se dão mal no final e quem é bom tem como prêmio a felicidade suprema. E por alguns míseros minutos, nossa vida não existe. Nos transportamos para lá e esquecemos que vivemos num país de desiguais.
No final, acho que o slogan da Ditadura estava certo: “ Brasil, ame-o ou deixe-o” mas, tem outro slogan, bem mais recente, que cabe perfeitamente a nós: "O Brasil é tão bom quanto o seu voto".

Um comentário:

  1. A resposta a isso tudo está no voto consciente, no acompanhamento do mandato, na participação efetiva nos destinos da nação.

    Sentados, em berço esplêndido, não conseguiremos mudar nada...

    Mas é assim que preferimos atuar: sem nos mexer, sem querer nos incomodar com todos os desmandos desse país... Onde vamos parar?

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