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O homem


O Animal que Pensa

“Não sei como será a terceira guerra mundial, mas a quarta será a paus e pedras.”
Albert Einstein

“Dentro de mim há dois cachorros: um deles é cruel e mau; o outro é muito bom. Os dois estão sempre brigando. O que ganha a briga é aquele que eu alimento mais freqüentemente.”
Provérbio dos índios norte-americanos


            O homem é um animal que difere dos outros por ser racional e possuir uma consciência. Antigamente existiam mitos sobre o homem. Um deles é o “mito do homem natural”, que propõe que todo homem nasce bom, mas que a sociedade o corrompe. Apesar de a idéia ser reconfortante, fomos obrigados a descartá-la por passarmos a ter conhecimento do caráter e da índole, que são inatos e podem ser bons ou maus.
            Segundo o Doutor José M. R. Delgado1, cientista espanhol e ex-professor da Universidade de Madri e Catedrático de Filosofia da Universidade de Yale, “o objetivo fundamental do homem não deve ser o desenvolvimento mecânico, mas a melhoria de si próprio” Isso nos induz a concluir que o homem deve desenvolver a si mesmo antes de desenvolver a sociedade. Essa idéia é muito sensata, já que o homem evoluindo, faz desenvolver e melhorar o meio em que ele vive.
Apesar do estágio avançado de desenvolvimento (científico, tecnológico etc.) em que a humanidade se encontra, percebemos o ser humano cada vez mais longe de desenvolver a si mesmo como indivíduo moral, espiritual e socialmente consciente.
            Assistindo ao filme “A Paixão de Cristo” de Mel Gibson, muitas pessoas ficaram indignadas e estarrecidas com a forma cruel como os romanos torturavam Jesus, mas sentiram certo alívio ao tomar consciência de que aquele tipo de coisa não mais ocorre. Que fique claro que não se quer aqui, discutir a vida de Jesus Cristo, mas, é fato sabido que o açoite, a crucificação e outras práticas de tortura realmente existiram naquele período negro da história da humanidade.
            Muitos foram açoitados, condenados injustamente, como Jesus, e muito foram crucificados também. E é com grande infelicidade que constatamos que essas torpes práticas não se extinguiram. Poderíamos falar apenas do holocausto e já teríamos perversidade suficiente para discutir. Infelizmente, diversas práticas de tortura estão presentes entre os homens de hoje. Nos presídios, nos hospitais psiquiátricos, nas guerras e até dentro das famílias existe algum tipo de tortura, seja ela física ou psicológica.
A perversidade humana nos reduz a seres mesquinhos e medíocres. Aí, não nos assemelhamos aos outros animais. Na verdade, assumimos uma condição muito inferior à deles que, apesar de não possuírem o dom de raciocinar, não tratam a própria espécie de forma tão estúpida, nem destrói o meio em que vive.
Nessa linha, teríamos o homem como um vírus, assim como propõe o “Sr. Smith” –– personagem do filme Matrix.
Para Smith, o homem é uma “praga” que se multiplica e destrói o meio em que vive, exatamente como um vírus. Por ter um comportamento autodestrutivo e acabar com os próprios meios de multiplicação, o vírus possui um caráter suicida, já que, matando o meio, mata a si próprio. Bem diferente das bactérias que, em muitos casos, restauram o equilíbrio do organismo em que estão hospedadas. Mas, será possível que o instinto humano esteja mais próximo do ímpeto suicida do vírus que do cooperativo das bactérias?

1. In: O Controle Físico do Espírito, 1969.

Trecho extraído do livro "considerações sobre a humanidade"

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